15 de Outubro, Dia do Professor: conheça quem criou a homenagem

Em todo Brasil, em 15 de outubro se comemora o Dia do Professor. Conheça Antônia de Barros senadora negra que criou a homenagem

15 de Outubro, Dia do Professor: conheça quem criou a homenagem
15 de outubro é o Dia do Professor. A data é celebrada em todo país graças à Antonieta de Barros - Imagem: Reprodução

Hoje (15), o Brasil comemora o Dia do Professor, o exercício de professor é considerado a “profissão das profissões”.

De acordo com o Censo da Educação Básica 2020 do Inep, nosso país possui na educação básica dois milhões e meio de professores.

Para uma maior valorização da categoria, estão em debate no Senado algumas pautas como o projeto apresentado pelo senador Sérgio Petecão, do PSD do Acre.

Ao defender a atividade profissional de ensino, Petecão quer isentar do Imposto de Renda os professores da educação infantil, ensino fundamental, médio e superior.

Segundo ele, essa seria uma forma de incentivar mais pessoas a escolherem o ensino como carreira.

Diante de da importância desta profissão, nada mais justo que uma data para homenagear os responsáveis pelo aprendizado que embasa, determina e transforma vidas.

Mas você sabe como surgiu o Dia do Professor?

Antonieta de Barros, a parlamentar negra pioneira que criou o Dia do Professor

Antonieta de Barros foi excepcional. Está entre as três primeiras mulheres eleitas no Brasil. Única negra, foi eleita em 1934 deputada estadual por Santa Catarina.

Vale lembrar, Antonieta foi eleita menos de meio século após a abolição da escravatura e apenas dois do sufrágio —que deu às mulheres direito ao voto facultativo.

Ela nasceu em Desterro, como era chamada Florianópolis, no dia 11 de julho de 1901. No registro de batismo, na Cúria Metropolitana, realizado pelo Padre Francisco Topp, não aparece o nome do pai.

Já sua mãe era Catarina Waltrich, escrava liberta. No imaginário popular, a verdadeira paternidade estaria ligada à família Ramos, uma das mais tradicionais do Estado.

A bandeira política de Antonieta era o poder revolucionário e libertador da educação para todos. O analfabetismo em Santa Catarina, em 1922, época que começou a lecionar, era de 65%.

Segundo conta Karla Leonora Dahse Nunes na sua dissertação de mestrado, Catarina teve três filhos e os sustentava como lavadeira, serviço comum às mulheres negras da época.

Também teve, com a ajuda financeira de Vidal Ramos, uma pequena pensão para estudantes. Foram esses jovens que ensinaram as letras tardiamente para a curiosa Antonieta. Alfabetizada, mergulhou por conta própria no universo dos livros.

Antonieta começa a carreira de professora

Professora formada, tinha 17 anos quando fundou o curso particular “Antonieta de Barros”, com o objetivo de combater o analfabetismo de adultos carentes. Sua crença era que a educação era a única arma capaz de libertar os desfavorecidos da servidão.

Por causa de sua fama de excelente profissional, no entanto, fez com que lecionasse também para a elite nos Colégio Coração de Jesus, Dias Velho e Catarinense.

Se existissem barreiras, lá estaria Antonieta para rompê-las.

Sua defesa acirrada pela educação fez com que ocupasse as páginas dos jornais. Além de professora, virou cronista. Não havia outra mulher em posição semelhante no Estado. Em 23 anos de contribuição à imprensa escreveu mais de mil artigos em oito veículos e criou a revista Vida Ilhoa.

“A grandeza da vida, a magnitude da vida, gira em torno da educação”, escreveu em seu livro. Seu nome deveria ser conhecido por cada criança que homenageia seus professores no dia 15 de outubro.

Antonieta de Barros: Uma das três primeiras mulheres eleitas no Brasil, sua bandeira política era o poder revolucionário e libertador da educação para todos

Fonte: El País Brasil

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