“Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, essa frase vem sendo disseminada e o gesto se faz cada dia mais necessário.
Embora o Brasil tenha , segundo dados do IBGE, 54% da sua população constituída por pessoas negras, diariamente acompanhamos episódios de racismo seja explícito ou velado.
O crime (assim instituído pela Lei 7.716/89 assinada em 5 de janeiro de 1989 pelo então Presidente José Sarney) é cometido em todo os âmbitos sociais.
Com o objetivo de informar, alertar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade e importância do combate ao racismo, o Dia da Consciência Negra é celebrado em todo o país.
Em muitos casos, o racismo está na linguagem, em expressões que usamos no cotidiano repetindo termos e reforçando o preconceito. Confira aqui frases preconceituosas e elimine do seu vocabulários, ok?
Para excluir do vocabulário…
“Cor do pecado”
Utilizada como elogio, se associa ao imaginário da mulher negra sensualizada. A ideia de pecado também é ainda mais negativa em uma sociedade pautada na religião, como a brasileira.
“Samba do crioulo doido”
Título do samba que satirizava o ensino de História do Brasil nas escolas do país nos tempos da ditadura, composto por Sérgio Porto (ele assinava com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta). No entanto, a expressão debochada, que significa confusão ou trapalhada, reafirma um estereótipo e a discriminação aos negros.
“Moreno(a)”
Racistas acreditam que chamar alguém de negro é ofensivo. Falar de outra forma, como “morena” ou “mulata”, embranquecendo a pessoa, “amenizaria” o “incômodo”.
“Negro(a) de traços finos”
A mesma lógica do clareamento se aplica à “beleza exótica”, tratando o que está fora da estética branca e europeia como incomum.
“Cabelo ruim”
Fios “rebeldes”, “cabelo duro”, “carapinha”, “mafuá”, “piaçava” e outros tantos derivados depreciam o cabelo afro. Por vários séculos, causaram a negação do próprio corpo e a baixa autoestima entre as mulheres negras sem o “desejado” cabelo liso. Nem é preciso dizer o quanto as indústrias de cosméticos, muitas originárias de países europeus, se beneficiaram do padrão de beleza que excluía os negros.
“Não sou tuas negas”
A mulher negra como “qualquer uma” ou “de todo mundo” indica a forma como a sociedade a percebe: alguém com quem se pode fazer tudo. Escravas negras eram literalmente propriedade dos homens brancos e utilizadas para satisfazer desejos sexuais, em um tempo no qual assédios e estupros eram ainda mais recorrentes. Portanto, além de profundamente racista, o termo é carregado de machismo.
“Denegrir”
Sinônimo de difamar, possui na raiz o significado de “tornar negro”, como algo maldoso e ofensivo, “manchando” uma reputação antes “limpa”.
“A coisa tá preta”
A fala racista se reflete na associação entre “preto” e uma situação desconfortável, desagradável, difícil, perigosa.
“Mercado negro”, “magia negra”, “lista negra” e “ovelha negra”
Entre outras inúmeras expressões em que a palavra ‘negro’ representa algo pejorativo, prejudicial, ilegal.
Fonte: Portal Gedelés
Como denunciar o racismo?
Racismo é a conduta discriminatória, em razão da raça, dirigida a um grupo sem intenção de atacar alguém em específico.
Caso seja vítima desse crime, reúna o máximo de provas que puder: prints de mensagens, fotos, áudios, testemunhas, isso vai facilitar a denúncia. No entanto, se não tiver, ainda é possível prestar queixa.
Para denunciar, pode fazer pela internet através do portal da Safernet, em delegacias ou através do Disque 100, serviço do Governo Federal para receber denúncias de violações de direitos humanos.