Em um marco sem precedentes, o agronegócio brasileiro celebra a abertura de 26 novos mercados em 18 países, durante o primeiro trimestre do ano, estabelecendo um recorde na série histórica de expansão internacional. Este feito não apenas amplia o leque de exportações dos já renomados produtos nacionais, como carnes e café, mas também abre portas para produtos inovadores no cenário global, como açaí, gelatina e embriões bovinos, fortalecendo a diversidade e a riqueza do portfólio agrícola do Brasil.
Rafael Ferreira, à frente da direção mercadológica da Petruz Fruity, uma proeminente empresa do Pará especializada em derivados do açaí, compartilha um avanço significativo: a autorização de venda do açaí em pó para a Índia, ocorrida em fevereiro deste ano. Este acordo é visto como um passo inicial promissor para a popularização do açaí na cultura indiana, um mercado ainda nascente, mas com um futuro promissor pela frente. A preferência pela versão em pó da fruta, segundo Ferreira, advém das facilidades logísticas que esta apresenta em termos de transporte e armazenamento, em comparação ao açaí congelado mais comum no Brasil.
Este acordo com a Índia é fruto de um esforço contínuo e uma visão estratégica que precede a atual pandemia global, destacando a importância das relações comerciais a longo prazo. As ações prévias incluíram a participação em feiras de negócios na Índia, semeando a curiosidade e o interesse pelo açaí mesmo antes de haver uma demanda consolidada, o que hoje resulta em colher os frutos dessa iniciativa visionária.
Com esses 26 novos mercados abarcando cinco continentes entre janeiro e março, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reafirma o excelente início de ano para o agronegócio brasileiro. A estratégia do Mapa, segundo o ministro Carlos Fávaro, inclui a realização de missões governamentais nos países visitados pelo presidente, visando estabelecer ou fortalecer laços comerciais e gerar novas oportunidades de negócio para o Brasil.
Luiz Roberto Barcelos, da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), salienta a importância e o potencial dos esforços do Mapa na busca por novos mercados, especialmente considerando os desafios burocráticos e as pressões comerciais e políticas envolvidas. Ele destaca o vasto potencial de crescimento da fruticultura brasileira, que, sendo uma das maiores produtoras globais, ainda explora apenas uma fração do seu potencial exportador.
Além do impacto nas grandes agroindústrias, a abertura de mercados beneficia também pequenos produtores e comunidades rurais, segundo Rafael Ferreira. Ele enfatiza o efeito multiplicador da internacionalização, que vai além das fronteiras da produção agroindustrial, alcançando famílias e comunidades produtoras, gerando emprego, renda e melhores condições de vida para todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Portanto, a expansão recorde dos mercados para o agronegócio brasileiro não só reafirma a qualidade e a diversidade dos produtos nacionais, mas também sublinha a capacidade de inovação e adaptação do setor, abrindo caminhos para um futuro ainda mais promissor no cenário agrícola global.