Covid-19: Medicações para intubação estão em falta e preocupa médicos

Medicamentos básicos como sedativos, imprescindíveis para a intubação de pacientes graves de Covid-19 já estão em falta em dez estados

O aumento de ocupação das UTIs tem aumentado a quantidade de uso de remédios

O painel da pandemia da Covid-10 no Brasil registra 89.992 novos casos até esta quarta-feira (24/03), com uma média de 75.168 pessoas infectadas a cada sete dias. Com o agravamento da situação e o aparecimento de novas cepas, a superlotação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva é uma realidade na maioria dos estados brasileiros.

Além de todos esses problemas, surge mais um motivo de preocupação para médicos e governantes, a falta de medicações para intubação de pacientes. Ao menos 11 medicamentos estão em falta ou em baixa em mais de dez estados, conforme informação contida em um documento do Fórum Nacional de Governadores enviado ao Presidente da República.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) também publicaram uma nota conjunta, em 23 de março, citando o “aumento abrupto” do consumo de medicamentos do chamado kit intubação e o “cenário de dificuldades na reposição de estoque” dessas drogas “na maioria dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) do país”. 

A preocupação se dá porque remédios básicos como sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares necessários para a manutenção de ventilação mecânica e permanência do paciente na UTI tem sofrido uma alta demanda pela quantidade de pessoas em estado grave que precisam desse arsenal para se manterem vivas e terem uma chance de se recuperar.  

O Ministério da Saúde afirma que acompanha semanalmente a disponibilidade dos medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) em todo o Brasil e envia informações da indústria e distribuidores para que os estados possam realizar as aquisições. O órgão também recebe dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a produção e venda dos fabricantes no país.

Paulo Maia, presidente executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especializados, Excepcionais e Hospitalares (Abradimex), afirma que a quantidade de pacientes que precisam dessas substâncias atingiu um “volume inimaginável”. Para ele, esse “não é um problema do governo ou da indústria”, mas uma consequência de vários fatores da pandemia.

Até o momento, o país ultrapassa o número de 300 mil mortes em decorrência da Covid-19. Médicos, autoridades, cientistas e estudiosos defendem que o uso de máscara, a higienização constante das mãos e o isolamento social ainda são as medidas mais eficazes contra o novo coronavírus.

Fonte: Brasil 61

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