No mês de fevereiro de 2024, o universo das máquinas e equipamentos vivenciou um salto encorajador de 16,7% na receita líquida se comparado ao mês que o precedeu. Esse impulso se deve, em grande parte, ao aumento expressivo de 33,9% nas vendas domésticas, pintando um quadro de otimismo para o período em questão em relação a janeiro. Contudo, ao colocarmos esse cenário lado a lado com o mesmo mês do ano anterior, 2023, a história muda de tom: observa-se uma retração de 14% no setor. Estes dados foram compartilhados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) na última quarta-feira, 27 de fevereiro.
Por outro lado, as exportações não seguiram o mesmo ritmo ascendente, marcando uma redução de 20,8%. Em números, fevereiro fechou com exportações que somaram US$ 829 milhões, um declínio frente aos US$ 1 bilhão exportados em janeiro. Tal recuo se manifestou de forma generalizada entre todos os setores monitorados pela ABIMAQ em comparação com o mês anterior. Leonardo Silva, pertencente ao departamento de Economia e Estatística da entidade, lançou luz sobre essa conjuntura, comentando sobre as projeções e desafios para o ano em curso.
“O panorama atual se alinha, até certo ponto, com o esperado, levando em conta a sazonalidade típica deste período do ano. Importante frisar que o caminho à frente ainda reserva desafios, principalmente devido a um cenário base um tanto quanto adverso, reflexo das pressões sobre as condições de investimento no país, exacerbadas por juros ainda em patamares considerados restritivos, mesmo diante dos recentes cortes na Selic”, destaca Silva.
Projeções para o Futuro
A dinâmica dos juros, especificamente a taxa Selic, atualmente em 10,75%, é um vetor crucial para as expectativas do setor ao longo do ano, conforme apontado pela ABIMAQ. Leonardo Silva nutre um otimismo cauteloso quanto aos resultados que março pode revelar, esperando um impacto positivo derivado da redução dos juros, especialmente para os últimos semestres do ano.
“À medida que caminhamos pelo ano, mantemos uma perspectiva de melhora nos indicadores, sobretudo para os números dos semestres finais. Espera-se um impacto significativo dessa redução nas taxas de juros, embora muito dependa de quão expressiva ela seja”, acrescenta Silva.
Impacto no Emprego
Quando olhamos para o emprego no setor, 2023 se despediu com 395 mil colaboradores nas indústrias de máquinas e equipamentos. Fechando fevereiro de 2024, percebe-se uma ligeira diminuição de 0,4% em relação a janeiro, totalizando agora 387.920 trabalhadores no segmento, refletindo as nuances e os desafios enfrentados pelo setor.