As estradas do Brasil estão prestes a receber uma transformação significativa, graças ao robusto investimento de R$1,2 bilhão feito pelas empresas do transporte rodoviário interestadual. Este aporte, que cobre o período do segundo semestre de 2023 até o primeiro semestre de 2024, tem como objetivo principal fortalecer tanto a infraestrutura quanto os serviços de transporte pelo país, conforme revelou um estudo recente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati).
Letícia Pineschi, uma voz influente na Abrati, destaca que esse montante de investimento não apenas melhorará a experiência dos usuários do transporte, mas também beneficiará fabricantes de carrocerias, chassis e fornecedores de tecnologia. “Estamos direcionando esses recursos para revitalizar nossa frota, expandir a quantidade de veículos em certas áreas, e investir em tecnologia. Essas ações são cruciais, principalmente agora, com a aprovação do novo marco regulatório do transporte, que oferece a segurança jurídica necessária para que os empresários voltem a investir com confiança”, explicou Pineschi.
Além disso, as 112 empresas que compõem a Abrati já planejam desembolsar mais R$3,6 bilhões ao longo de 2024, recursos esses que já estão sendo direcionados em contratos com os fabricantes de chassis e carrocerias.
A Abrati também sinaliza que parte dos investimentos vai para o desenvolvimento de novas gerações de aplicativos destinados a monitorar a demanda, gerenciar receitas e analisar a concorrência.
Por outro lado, Fernanda Rezende, diretora executiva adjunta da Confederação Nacional do Transporte (CNT), lança luz sobre a situação atual das rodovias brasileiras, onde mais da metade apresenta problemas como pavimentação inadequada, sinalização deficiente ou problemas de geometria. “Considerando que 65% do transporte de cargas e 95% do transporte de passageiros dependem das rodovias, é crucial investir na melhoria dessa infraestrutura. A qualidade atual deixa a desejar, e esses investimentos são passos fundamentais para não só melhorar as condições das estradas, mas também para reduzir os índices de acidentes e mortalidade”, destacou.
Dados alarmantes da Polícia Rodoviária Federal indicam um aumento nos acidentes e nas fatalidades nas rodovias do país em 2023, em comparação com 2022, reforçando a necessidade urgente desse investimento substancial. No último ano, foram registrados 166.623 acidentes e 5.615 mortes, números que superam os 155.266 acidentes e 1.439 mortes do ano anterior, ilustrando a importância crítica desse investimento bilionário para a segurança e eficiência do transporte rodoviário no Brasil.