Militares na Saúde representam lealdade burra e genocida, diz Mandetta

O ex-ministro  da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, culpou os militares pelas mudanças na estratégia de comunicação do governo federal sobre os dados da pandemia de covid-19 no pais. As declarações foram dadas hoje em live mediada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, no canal IDP.

“Talvez isso seja o que estamos presenciando: uma ótica muito mais de carreira promocional, de cumprir uma missão e essa missão se passa por sonegar informações, torturar os números”, disse o ex-ministro.

Mandetta afirmou ainda que, ao indicar militares e não profissionais de Saúde para postos chaves no ministério, o presidente Jair Bolsonaro prioriza “promoções por atos de bravura ou lealdade extrema, mesmo que burra e genocida”.

Sob orientação dos militares, o mistério da Saúde passou a liberar, desde ontem, atualizações sobre a pandemia apenas às 22h. O objetivo é impedir que os números sejam noticiados pelos principais telejornais de TV no horário nobre (de maior audiência) e nos jornais impressos do dia seguinte (já que a maioria das redações fecha nesse horário).

Mudança na comunicação

Em resposta à medida, a TV Globo anunciou as atualizações de mortos e infectados de ontem em plantão extraordinário em sua programação, assim que elas foram liberadas pelo governo. O comunicado foi feito durante a novela das 21h, que dá mais audiência que o Jornal Nacional, onde os dados seriam noticiados antes da mudança de horário.

O governo federal também retirou do ar ontem o site oficial da covid-19. A página ficou indisponível por 19 horas e voltou hoje, mas sem o número total de mortos, infectados e curados desde o início da doença. São disponibilizados apenas os números referentes às últimas 24 horas.

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