‘Ainda Estou Aqui’: Filme Conecta Público à Comissão sobre Mortos e Desaparecidos

Filme Ainda Estou Aqui retrata a luta de uma família na ditadura, reforçando a importância da memória e da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos.

Cena do filme Ainda Estou Aqui com a protagonista e quatro crianças em um cenário residencial.
A protagonista ao lado de jovens, representando a nova geração, na busca pela memória e justiça das vítimas da ditadura militar no Brasil.

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, estreia nesta quinta-feira (7) e retrata o drama de uma família marcada pela ditadura militar no Brasil. Com base no livro homônimo de Eunice Paiva, a trama explora a luta da família da ex-deputada federal para obter reconhecimento e justiça sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, vítima da repressão nos anos 1970. Esta obra traz uma perspectiva única e sensível sobre as consequências da ditadura militar, ao mesmo tempo em que expõe as políticas públicas e os esforços de memória liderados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), criada em 1995, é um dos órgãos centrais na busca pela verdade e justiça para as vítimas da ditadura. Composta por sete membros, a comissão foi renovada recentemente e intensificou os trabalhos para investigar casos como o de Rubens Paiva. Esses esforços incluem a exumação de corpos e a análise de documentos históricos, essenciais para identificar e esclarecer o destino de pessoas desaparecidas na época.

Segundo Paulo Pimenta, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, a produção do filme desempenha um papel importante na visibilização dessa história e na construção da memória coletiva. Ele acredita que iniciativas como essa ajudam a sociedade a entender os impactos da ditadura e reforçam a importância de lutar pelos direitos humanos, justiça e reparação.

Objetivos Pedagógicos e de Memória

Paula Franco, responsável pelas Políticas de Memória e Verdade do MDHC, destaca que o filme possui um forte apelo educativo. A obra visa sensibilizar a população sobre a importância da memória e do reconhecimento das violações de direitos humanos cometidas no passado. Segundo ela, o filme proporciona uma “memória amarga com possibilidade pedagógica”, onde o espectador é convidado a refletir e aprender a partir das histórias das vítimas.

Para a pesquisadora, o filme também é uma ferramenta para conectar gerações, permitindo que jovens compreendam os sacrifícios feitos por aqueles que viveram sob repressão e perseguição. Além disso, Paula acredita que o filme tem potencial para encorajar o público a se engajar mais ativamente nas investigações e processos que buscam a verdade e a justiça.

Ainda Estou Aqui é protagonizado por Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Selton Mello, e promete ser mais do que uma simples obra cinematográfica; é uma ponte entre o passado e o presente, instigando o público a refletir sobre as consequências da ditadura militar no Brasil e a importância de manter viva a memória histórica para garantir que violações de direitos humanos nunca mais se repitam.

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Sobre Saint Clair Lôbo 306 Artigos
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