Coveiro relata “congestionamento de corpos” no maior cemitério do Brasil

No maior cemitério do Brasil, não é mais possível abrir covas manualmente. Média de enterros aumentou tanto que há congestionamento de carros funerários.

No maior cemitério do Brasil, não é mais possível abrir covas manualmente. Média de enterros aumentou tanto que há congestionamento de carros funerários.
No maior cemitério do Brasil, não é mais possível abrir covas manualmente. Média de enterros aumentou tanto que há congestionamento de carros funerários.

A pandemia de coronavírus aumentou de 25 para 70 a média de enterros diários no cemitério de Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, maior do país e um dos maiores do mundo. A duplicação do número de enterros tem provocado cenas trágicas no local.

“São tantos corpos que os carros das funerárias formam filas e geram um congestionamento dentro do cemitério. Nunca tinha visto isso”, disse o coveiro Adeilson Costa, de 47 anos, em depoimento ao jornal Folha de São Paulo.

O volume de mortes por covid-19 é tão grande que Adeilson não consegue mais dar conta do trabalho sozinho. “Não há mais tempo de abrir uma cova manualmente. Estou trabalhando com retroescavadeira, que faz 80% do serviço”, disse.

Relevância

Adeilson faz um alerta para quem acha que o coronavírus só mata os mais velhos. “O mais chocante de tudo isso é que as vítimas não são só pessoas idosas. Tem criança, tem jovem de 30 anos”.

O coveiro é casado e pai de duas filhas. Sua grande preocupação no momento é com a mãe, de 65 anos. “Só encontro um pouco de paz em casa”.

Adeilson espera que a dura rotina nesses tempos difíceis ao menos sirva para mostrar a relevância do seu trabalho. “Essa situação só mostrou como minha profissão é importante. Só queria que as autoridades olhassem para os sepultadores com mais respeito”

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