O filme Marighela ainda não estreou mas já sofre ataque de robôs da milícia de apoiadores de Bolsonaro no site Internet Movie Database (IMDb).
Esta é a segunda vez que a obra é atacada. Em 2019 os comentários sobre Marighela foram apagadas da página que reúne avaliações sobre milhares de filmes do mundo.
Na época, o IMDb apagou as 15 mil avaliações negativas que tinha recebido e que lhe renderam uma nota de 2,8, que, comprovadamente foi dada por robôs.
Como o filme ainda não estreou, as críticas são direcionadas ao projeto. Wagner Moura, o diretor, comentou sobre os ataques em uma entrevista ao Uol: “A repetição desse ataque desesperado ao filme é significativa do que tenho dito. Ela diz mais sobre o estado das coisas no Brasil, do que sobre o filme que fizemos”.
Outras obras também já foram vítimas desse tipo de críticas: “Capitã Marvel” (2019), “Pantera Negra” (2018), “Star Wars: Os Últimos Jedi” (2017) e “Caça-Fantasmas” (2016).
“Marighela” estreia no dia 4 de novembro, mas já foi aclamado com aplausos no Festival de Berlim em 15 de fevereiro de 2019.
O roteiro do filme é baseado na biografia, “Marighela: O guerrilheiro que incendiou o mundo”, de Mário Magalhães.
Quem foi Marighela?
Carlos Marighella nasceu em Salvador, em 1911. Filho de Augusto Marighella, operário e imigrante italiano, e de Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos, teve outros sete irmãos.
O início na vida acadêmica, em 1929, quando ingressou na Escola Politécnica da Bahia para cursar Engenharia Civil, também foi a porta para seu ingresso na política e na militância.
Ele foi político, escritor e guerrilheiro comunista marxista-leninista brasileiro. Um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira, Marighella chegou a ser considerado o inimigo “número um” do regime.
Marighella foi morto por agentes do Dops em 4 de novembro de 1969 em São Paulo.
Fonte: Guia do Estudante