“Deus te recebe de braços aberto minha filha linda, vou te amar eternamente. Que os anjos do céu te proteja na casa do pai” essa é a publicação feita por uma mãe que acabou de perder a filha, até então saudável e que adoeceu de forma repentina após comer o peixe arabaiana em Recife no estado de Pernambuco.
Pryscila Andrade e a irmã Flávia comeram o peixe no dia 18 de fevereiro e dois dias depois começaram a passar mal. Os sintomas eram aumento da pressão arterial e dores musculares. Flávia teve alta no dia 24 de fevereiro mas Pryscila continuou na UT. O diagnóstico, Síndrome de Haff, conhecida popularmente como “doença da urina preta”.
A causa específica da doença de Haff ainda é desconhecida. O que se sabe é que se trata de uma doença produzida por uma toxina do peixe. Existem vários tipos de peixe que podem provocar a doença: O burbot, o peixe búfalo, salmão do Atlântico, o tambaqui e o araguaiana, muito consumido no nordeste do país e que foi o consumido pelas irmãs.
Os médicos explicam que o peixe mal armazenado, pode liberar uma toxina que altera seu cheiro nem gosto e que em poucos dias já provoca reações como o escurecimento da urina. Essa é uma tentativa dos rins em filtrar a substância. Ao perceber os primeiros sintomas, a pessoa deve buscar atendimento médico imediatamente.
Há dois anos aconteceram casos restritos da Síndrome em Pernambuco e Ceará. Na Bahia foram registrados casos em novembro de 2020. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), há cinco casos de Síndrome de Haff em investigação em Pernambuco, incluindo os dois das irmãs.