Saneamento Básico no Brasil: A Realidade das Capitais

No Brasil, só 9 capitais têm mais de 99% de abastecimento de água, destacando a urgência em melhorar o saneamento básico em todo o país.

Uma gota de água limpa e brilhante em primeiro plano contrasta com um pano de fundo de uma paisagem urbana densamente povoada, mostrando sinais de negligência e degradação da infraestrutura, durante um pôr do sol sereno.
Em meio à complexidade urbana e desafios de infraestrutura, uma única gota de água ressalta a urgência e a esperança por avanços no saneamento e acesso à água potável.

Ao mergulharmos nos dados sobre saneamento básico nas capitais do Brasil, deparamo-nos com um cenário que demanda atenção. Um estudo conduzido pelo Instituto Trata Brasil lança luz sobre a realidade: apenas nove das 27 capitais brasileiras apresentam um índice de abastecimento de água que atinge ou supera a marca de 99%. Isso destaca um avanço ainda tímido rumo à completa universalização desse serviço essencial.

José Francisco, renomado professor e ambientalista, destaca a importância crítica de se ter acesso à água de qualidade, tanto para consumo direto quanto para sua devolução ao meio ambiente após tratamento adequado. “Atingir esse patamar é fundamental, não só para a saúde pública como também para a preservação ambiental,” ele explica, ressaltando a necessidade de uma colaboração ampla entre setores públicos e privados em prol de uma gestão sustentável da água.

A pesquisa aponta para uma disparidade significativa entre as capitais, com uma média de abastecimento de 95,68%. No entanto, a situação é alarmante em algumas regiões, especialmente no Norte, onde cidades como Macapá (AP), Rio Branco (AC), e Porto Velho (RO) registram índices bem abaixo do ideal.

Quanto à coleta de esgoto, a situação não é muito mais animadora, com apenas oito capitais atingindo mais de 90% de cobertura. Destaca-se, porém, a grave deficiência nas mesmas áreas do Norte, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas efetivas que priorizem o saneamento básico.

Paula Fernandes, advogada especialista em meio ambiente, reforça essa visão. “É crucial reconhecer a existência do problema e colocar o saneamento básico em destaque nas agendas de políticas públicas, enfrentando os desafios com determinação e abrangência,” afirma.

Por fim, o tratamento de esgoto ainda revela gargalos significativos, com poucas capitais atingindo níveis satisfatórios de tratamento e coleta. Brasília (DF), Boa Vista (RR) e Curitiba (PR) emergem como exemplos positivos, mas reforçam a necessidade de ações mais robustas e integradas para mudar o panorama nacional no que tange ao saneamento básico.

Este cenário, portanto, coloca em perspectiva a importância de políticas públicas consistentes e ações coordenadas entre diferentes esferas para garantir que o acesso à água e ao saneamento básico se torne uma realidade em todo o país, refletindo um compromisso com a saúde pública e a sustentabilidade ambiental.

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